Conferencia: 'PROPOR24 - A língua galega com outros olhos'

A comunidade galega é socializada para ver, e portanto viver, a língua da Galiza como sendo subsidiária do castelhano, pouco útil e pequena. No PROPOR24, vamos abordar como isso aconteceu e as suas consequências para acabar oferecendo outra forma de ver, e sobretudo de viver, a língua da Galiza.

A nossa língua, na Galiza, tem uma história bem diferente do que em Portugal. Em finais da Idade Média as elites galegas mudam de língua e a Galiza fica inserida no Reino de Castela. Isto provoca três consequências fundamentais no plano linguístico e cujos efeitos perduram até hoje:

  1. Funcionalmente: a nossa língua, na Galiza, passou a ocupar uma função social periférica, subsidiária do castelhano que é, de facto, a língua hegemónica, portanto, a língua.
  2. Formalmente: por ter o castelhano como língua de prestígio, começa um processo de substituição linguística, perde-se material genuíno e acaba-se por perder a consciência do que é genuíno e do que não.
  3. Identidade: começa um processo de naturalização do castelhano e de estranhamento das falas portuguesas/brasileiras com as quais não há contacto passando a ser sentidas como estrangeiras e, por vezes, incompreensíveis.

Biografía

Valentim Fagim (Vigo, 1971), licenciado em Filologia Galego-Portuguesa, é professor de português na Escola Oficial de Idiomas desde 2001 e corresponsável de cursos on-line de português LE para o corpo docente da Galiza. Autor e coautor de vários livros, entre eles _Estou a estudar portuguê_s, Do Ñ para o NH, O galego (im)possível e, em parceria, o Dicionário Visual Através e O Galego é uma oportunidade. No seio da área de formação da AGAL, participou, e participa, na criação e desenvolvimento do site “A Nossa Galáxia”, dos cursos on-line “Falarmos”, do ateliê para o ensino secundário “Ops, o português simples” e dos cursos “aPorto”, na cidade invicta. É diretor da Através Editora.